quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ESTUDO 2 - A FORMAÇÃO DO POVO DE DEUS


ESTUDO 2.1 - ÊXODO




O ÊXODO significa saída e é o segundo livro da Bíblia e do Pentateuco. Este fato histórico ocorreu por volta de 1250 a.C.

CONTEÚDO E DIVISÃO

Pode dividir-se o seu conteúdo do seguinte modo:



I. “Opressão” e “Libertação” dos filhos de Israel no Egito. Este é o tema fundamental de 1,1-15,21. Nesta seção merecem especial relevo as peripécias no Egito (1,1-7,8), como um povo que nasce no sofrimento. Seguem-se as pragas (7,8-12,32), como meio violento de libertação. 


II. Caminhada pelo deserto (15,22-18,27) do povo, agora livre do Egito.
III. Aliança do Sinai (19,1-24,18). Esta aliança é o encontro criacional ou fundacional de Javé com os “israelitas”, em que o Senhor se dá a si mesmo ao homem e restitui cada homem a si mesmo, e em que o homem aceita a dádiva pessoal de Deus e se aceita a si mesmo como dom de Deus com tudo o mais que lhe é dado: a natureza, a razão, a Lei, a História, o mundo. Por sua vez, a dádiva e a sua aceitação também reclamam dádiva mútua e, portanto, responsabilidade. O pecado surge como possibilidade da liberdade humana; mas Deus pode sempre recomeçar tudo de novo.
IV. Código sacerdotal, com especial relevo para a construção do santuário (25,1-31,18). A execução do mesmo vai ser revelada em 35,1-40,33, com a correspondente organização do culto. Esta narrativa está encerrada numa inclusão significativa: 40,34-38 descreve a descida do Senhor sobre o santuário com as mesmas características (nuvem, glória, fogo) com que 24,12-15 a descreveu a descida do Senhor sobre o Sinai, mostrando, assim, que o santuário assumiu o papel do Sinai como lugar da manifestação de Deus. É a presença da ideologia sacerdotal (conhecida por fonte P), que projeta retrospectivamente no Sinai a imagem do segundo templo, do seu sacerdócio e do seu culto – em suma, o ideal da comunidade judaica pós-exílica (ver VI).
V. Renovação da Aliança do Sinai, relatada em 32,1-34,35.
VI. Código sacerdotal (35,1-40,38): execução das obras relativas ao santuário (ver IV). 

O texto normativo do livro do ÊXODO é sobretudo um entrançado de peças narrativas e legislativas. Nestas últimas, destacam-se o “Decálogo” propriamente dito (20,1-17) e os chamados “Código da aliança” (20,22-23,19) e “Decálogo ritual” (34,12-26). São as Leis dadas por Deus, mas formulada pelo homem a partir da razão e da experiência.

AUTOR

A antiga tradição judaica, tal como a antiga tradição cristã, atribuem a Moisés a autoria de todo o Pentateuco e, por isso, também do livro do ÊXODO.

GÉNERO LITERÁRIO

O tecido literário deste livro resulta em parte da acostagem horizontal de temáticas por via redacional (“teoria fragmentária”), mas fundamentalmente da complexidade dinâmica da vida de múltiplos grupos cujas experiências no terreno vão sendo recolhidas e integradas em contextos ideológicos mais amplos. 

LEITURA CRISTÃ E TEOLOGIA

O acontecimento do Êxodo relata a libertação de Israel do Egito pelo Senhor, que faz com esse povo uma Aliança. Tal acontecimento fundador foi objeto de várias releituras, já dentro da própria Bíblia, pois toda a teologia e espiritualidade do povo de Israel ficou profundamente marcada por ela. Assim, o Segundo e Terceiro Isaías vêem a libertação de Judá do domínio da Babilônia como um novo Êxodo.
Os primeiros discípulos de Jesus e as primeiras comunidades cristãs, que eram de origem judaica, viram na doutrina de Jesus um “êxodo” novo e definitivo (Lc 4,16-21); e, na sua pessoa, o verdadeiro libertador, à vista do qual o próprio Moisés era simples figura, e a Lei do Sinai mero pedagogo para conduzir o povo até ao verdadeiro Mestre, que é Cristo (Gl 3,24). O Novo Testamento apresenta Moisés como muito inferior a Jesus, que veio trazer a nova Lei (Mt 5,17-48). A Carta aos Hebreus chega mesmo a dizer que Moisés já considerava os opróbrios por Cristo superiores aos tesouros do Egito, seguindo em frente com firmeza, «como se contemplasse o Invisível» (Heb 11,27). 



PALAVRA DO IRMÃO... 

Verdade ou mito? Esta é uma das histórias mais contadas e recontadas do Antigo Testamento e ainda gera muitas divergências de opiniões. Mesmo que Deus explicasse as razões por tras deste grande acontecimento, em nossa atual condição, nossa mente seria limitada demais para compreender a imensidão de seu poder. Com certeza seriamos levados à loucura! As sagradas escrituras nos falam que aquilo que nos foi revelado nos pertence, mas aquilo que permanece escondido só a Deus cabe. Poderia eu usar isto para sanar minhas inquietações? Ou estaria eu simplesmente me acomodando em buscar a verdade e aceitando tudo, sem me questionar se tal fato me é lícito ou não, já que a própria Bíblia diz que muitos se perderão por falta de conhecimento? Até onde a busca por conhecimento pode me beneficiar ou então me fazer parecer auto-suficiente a ponto de achar que posso confrontar Deus?
Estes questionamentos nos levam a um longo debate, numa tentativa de compreender os projetos de Deus. Mas se não conseguimos compreender seus desígnios, como podemos nos atrever a questioná-lo? Estas tentativas frustradas podem nos levar muitas vezes a blasfemar e cometer um pecado, não moral, mas teológico, que consiste querer se igualar a Deus para lhe pedir contas e julgá-lo.  

Por fim, deixo vocês com este documentário que encontrei no You Tube. Onde a ciência confronta a Bíblia e tenta explicar os mistérios por trás do Êxodo. É interessante, pois você começa a analisar os diferentes pontos de vistas colocados. Mas o importante é estar com a base de sua fé firmada para não se deixar levar. Cabe a nós somente obediência a Deus e usar o conhecimento por Ele dado para edificar nossas vidas e a de nossos irmãos. Buscando assim trilhar um caminho nobre que nos leve até o Criador. Amém!



 Ir. Sullivan

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